domingo, 30 de dezembro de 2012

Estante Teatral


2012 foi um ano generoso para o teatro na área editorial com a ampliação de publicações, não só em coletâneas de textos de novos autores, como na área de biografias e no setor acadêmico. Mesmo que numericamente não pudesse ser considerado expressivo, em termos de qualidade e de registro, vários títulos se destacaram.
 A Editora Cobogó lançou em seis volumes textos da geração carioca de dramaturgos já encenados e que apontam para perspectivas renovadas  da escrita cênica. Das dúvidas inventivas de Felipe Rocha em Ninguém Falou que Seria Fácil ao amadurecimento de Pedro Brício de seus meios expressivos em Trabalhos de Amores Quase Perdidos, e da boa surpresa de Julia Spadaccini em Os Estonianos à inquietação de Rodrigo Nogueira em Ponto de Fuga, além da consolidação dos universos de Daniela Pereira de Carvalho, em Nem um Dia se Passa Sem Notícias Suas e de Jô Bilac em Alguém Acaba de Morrer Lá Fora, esse conjunto de peças é o primeiro de sequência prometida pela editora. Uma auspiciosa estreia. O recém criado selo editorial QdC lançou outro texto de Pedro Brício, Breu, o mais sólido e maduro deste autor de 40 anos e um dos mais destacados de sua geração.  
A Fundação Cultural do Estado da Bahia editou Leituras Possíveis nas Frestas do Cotidiano, publicação que reúne as críticas premiadas no Concurso Estadual de Estímulo a Crítica de Artes. O livro com organização de Milena Britto faz parte do Programa de Incentivo à Crítica de Artes que estimula a produção crítica no Estado da Bahia. No setor das artes cênicas, o trabalho selecionou interessantes análises sobre a temporada teatral de Salvador em 2011, com nomes que procuram estabelecer pensamento crítico que se situa entre a resenha jornalística e a acadêmica. Um estímulo inicial.
O crítico paulista Jefferson Del Rios, através das Edições Sesc São Paulo, condensou em O Teatro de Victor Garcia – A Vida Sempre em Jogo as encenações e a atribulada biografia do diretor argentino responsável por impactantes espetáculos como  Cemitério de Automóveis e O Balcão. Del Rios inventariou vida e obra de Garcia, desde os anos formadores na Argentina, sua passagem fulgurante pelo Brasil até os seus últimos anos na França. Com entrevistas de contemporâneos, amigos e raros estudiosos (era um personagem esquivo e um director incatalogável), o livro busca captar temperamento cênico genial em seus vários saltos improváveis no ar de nuvens intangíveis. Como o definiu, brilhatemente Michelle Kosowski, diretora artística em 1970 do Festival Mundial de Teatro de Nancy, que foi entrevistada para o livro, “ sempre o vi como uma espécie de nômade, transportado por um corpo barroco, presa de repentes, com uma maneira selvagem de viver seus arrebatamentos.”    
Muito da acuidade, rigor intelectual, vocação para o didático e integridade profissional já podem ser captadas no vigor da juventude e no início da carreira irrepreensível do crítico Sábato Magaldi em Sábato Magaldi e as Heresias do Teatro da Editora Perspectiva. Tese de doutoramento de Maria de Fátima da Silva Assunção, o livro abrange o período de 1950 a 1952, quando Sábato, vindo de Belo Horizonte, assumiu a coluna teatral do jornal Diário Carioca. O então acanhado e extremamente viciado panorama teatral do Rio, é criticado de um ponto de vista, não de um doutrinador erudito, mas de alguém que pretendia “ colaborar com esforço honesto e apaixonado para a formação do teatro brasileiro.” Foi o que Sábato fez nas décadas seguintes, não somente como crítico, mas como professor, administrador teatral e político da cultura. Na seleção de críticas, já emerge o cuidado no trato da matéria teatral, por maior que fosse a precariedade do que se oferecia à análise. Das atrizes populares, como Alda Garrido e Dercy Gonçalves, do Teatro de Revista ao esforço de atores como Jaime Costa em apresentar repertório mais consistente, da antevisão das extraordinárias qualidades dramatúrgicas de Nelson Rodrigues à perfeita avaliação de um autor como Silveira Sampaio, a reunião de críticas selecionadas por Maria de Fátima confirma o notório saber de um crítico de rara dignidade e coerência no nosso meio cultural.
Ainda que editado pela editora Aeroplano em 2004, mas ainda disponível nas livrarias, Asdrúbal Trouxe o Trombone – Memórias de uma Trupe Solitária de Comediantes que Abalou os Anos 70 faz síntese oportuna e graficamente provocante dos quase 20 anos de existência do grupo. Com assinatura de Heloisa Buarque de Holanda, o livro conta, do surgimento ao ocaso, a  vibrante trajetória dessa explosão juvenil carioca que, em plena década de 70, e contra todos os cânones cênicos e das condições políticas do período, exibia as suas experiências de abandonar a adolescência e descobrir o seu lugar no palco e na vida. Com reprodução de textos datilografados, programas dos espetáculos, entrevistas com o elenco e desenhos de cena, o trombone do Asdrúbal repercute no papel com intensidade próxima àquela como soava no palco.

                                                       macksenr@gmail.com 

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Retrospectiva da Temporada 2012


Ano de Fartura e Carência

O ano teatral carioca foi marcado por fartura e carência. Depois de algumas temporadas em que o número de estréias ficou restrito às limitações de patrocínio, em 2012 a ampliação das fontes de financiamento permitiu o aumento de estréias, que esbarrou na baixa disponibilidade de espaços. Com poucas salas para abrigar quantidade crescente de estréias, as montagens são obrigadas a se restringir à permanência curta em cena, muitas com apenas três semanas de duração, o que denuncia a falta de teatros e relembra que há que ampliar a relação da política de fomento com a construção de casas de espetáculo. A qualidade do que se produziu também se expressa em números significativos, já que algo como 10% das novidades nos palcos mereceram destaque por valorizar a criação e a inventividade. Os diretores demonstraram que estão em processo de consolidação de estilos com forte assinatura e instigante linguagem cênica. Michel Melamed eliminou a palavra em Adeus à Carne para radiografar, através de desfile de escola de samba, a condição um tanto trágica da brasilidade. Felipe Hirsch enredou  personagem à procura de sua identidade em O Livro de Itens do Paciente Estevão. Paulo de Moraes mergulhou no inconsciente de uma mulher em A Marca da Água. Marcio Abreu traduziu com especial sensibilidade o universo familiar de Joël Pommerat em Esta Criança. Monique Gardenberg e Michele Matalon reproduziram no palco a estranheza das páginas de livro de Haruki Murakami em O Desaparecimento do Elefante. Moacir Chaves prosseguiu na encenação de documentos históricos em Negra Felicidade e Bruce Gomlevski se anunciou bem na direção de O Homem Travesseiro.

Os autores se revelaram inquietos, todos, e promissores, alguns. Pedro Brício criou espaço pulsantemente sóbrio em Breu, demonstrando maturidade e domínio da escrita. Maurício Arruda e Paulo de Moraes consolidaram profícua parceria em A Marca da Água, enquanto Pedro Kosovski prossegue em Cara de Cavalo arejada trajetória como dramaturgo. E a grande surpresa do ano foi a inteligente e habilidosa construção de Julia Spadaccini em Quebra Ossos. Na área dos intérpretes, as atrizes se destacaram com vibrantes, rigorosas e sutis atuações, como a de Renata Sorrah em plena maturidade em Esta Criança e da dupla vigorosa Drica Moraes e Mariana Lima em A Primeira Vista. E de Kelzy Ecard, com delicada emoção em Breu, e de Simone Spoladore em driblada composição em Depois da Queda. Patrícia Selonk capturou a fluidez de personagem em suspensão em A Marca da Água. Fernanda de Freitas, Marjorie Estiano e Maria Luisa Mendonça deixaram boas lembranças em O Desaparecimento do Elefante. Flávia Zillo foi a revelação de O Bom Canário. Entre os atores, o espectro de boas intervenções varia da autoridade de Marco Nanini em A Arte de Abordar seu Chefe Para Pedir Aumento às intensas participações de Tonico Pereira em Volta ao Lar e O Homem Travesseiro. Leonardo Medeiros se mostrou integrado, visceralmente, à saga da perplexidade do personagem inominado de O Livro de Itens do Paciente Estevão. Caco Ciocler, Kiko Mascarenhas e Rafael Primot formaram trio de excelência em O Desaparecimento do Elefante. Ranieri Gonzalez provou em Esta Criança a amplitude de seus meios expressivos.

A cenografia alcançou um ponto alto de sofisticação, não apenas na concepção, mas também na execução. Bia Junqueira, praticamente co-dirigiu Adeus à Carne, com sua explosão de imagens criadas para um palco enganosamente vazio. Bia também foi responsável pelo flexível cenário de Modéstia. Paulo Moraes encontrou a ambientação perfeita para A Marca da Água e Vandré Silveira reinventou o universo do artista plástico Farnese de Andrade em Farnese da Saudade. Daniela Thomas carimbou o seu selo em O Livro de Itens do Paciente Estevão e O Desaparecimento do Elefante. Fernando Marés deu traço definitivo à cenografia de Esta Criança, completada pela excelente iluminação de Nadja Naira. E Maneco Quinderé se provou mago da luz em vários espetáculos: A Primeira Vista, O Outro Van Gogh, entre outros. 
O Rio ficou, uma vez mais, fora do circuito dos grandes espetáculos que circularam por outras capitais do país. Porto Alegre e São Paulo receberam montagens do Berliner Ensemble e Bob Wilson trouxe três espetáculos, com destaque para A Ópera dos Três Vinténs, uma explosão de rigor e técnica admiráveis. O clássico do belga Jan Fabre, O Poder da Loucura, que investiga o recondicionamento das convenções teatrais, expandindo os limites e as potencialidades da interpretação, passou ao largo do Rio. Em parte esse desvio de rota foi compensado pela permanência e boa curadoria do festival Tempo, uma luz em meio à escuridão das visitas internacionais.

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

49ª Semana da Temporada 2012


Crítica/ Bonifácio Bilhões
Figurino de comédia dos anos 70
João Bethencourt, autor de Bonifácio Bilhões, em cartaz no Teatro Vanucci em nova montagem dirigida por Ernesto Piccolo, pode ser considerado, como se definia nas primeiras décadas do século 20, de um comediógrafo, um prolífero comediógrafo, com 33 peças em 50 anos de produção. As comédias de Bethencourt, como é próprio do gênero, trazem comentários sobre os costumes, mais sobre os maus do que os bons, e em que há sempre lugar para apontar as fraquezas humanas. Bethencourt tem dramaturgia sólida, seguindo os padrões e a tradição dos clássicos autores do gênero. Bonifácio Bilhões é uma das suas boas comédias, que sobrevive ao tempo em que foi escrita (1975), a referências da época (a loteria esportiva) e a situações cômicas baseadas em humor verbal. Remontar esse texto em 2012 não necessita de adaptações para atualizá-lo, já que sobrevive por suas qualidades intrínsecas. O diretor Ernesto Piccolo teve a sensibilidade de mantê-lo tal qual, apenas com algum destaque para a gíria daquele tempo, para a caracterização física do elenco, através do figurino meio hippie, e no esforço de transmitir aos atores que o humor surge  no equilíbrio entre as situações e a palavra. A direção procura equalizar o temperamento interpretativo do trio de atores com destaque para o humor com toques críticos de Márcia Cabrita, um tanto caricaturais de Tadeu Mello e algo frouxo de José de Abreu.

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

48ª Semana da Temporada 2012


Crítica/ Também Queria Te Dizer – Cartas Masculinas
Solo de ator com artesanato e muita dedicação
Essa montagem, em cartaz no pequeno espaço do Midrash Centro, exercita modo artesanal e camerístico de chegar à plateia. Com recursos mínimos, no formato de monólogo, baseado em livro da cronista Martha Medeiros, reúne correspondência sob a perspectiva dos homens, pelo menos nominalmente, tocando em questões que não ficam restritas ao gênero. São situações capturadas em cotidiano tão amplo quanto o que surge da redação de carta de demissão e do desabafo de pós-adolescente que escreve à mãe de um garoto morto em acidente de carro que ele dirigia. Ou ainda da violência verbal de presidiário confinado em manicômio judiciário  e do homem frente a decisão, não revelada, da mulher em abortar. São histórias curtas, compiladas em espetáculo assinado por Victor Garcia Peralta, com variantes climas dramáticos para exercitar as potencialidades do intérprete. Com despojamento cenográfico, trilha sonora ocasional, iluminação condicionada pela exígua área de representação, Emílio Orciollo Netto cultiva o artesanato cênico com mudanças de climas na atuação, dosando toques de humor irônico com contidas investidas emocionais, em simples e inteligentes variações interpretativas. O espetáculo, em que tudo tem ar caseiro e em que a despretensão e o despojamento de efeitos são dominantes, diz bem mais do que se os meios fossem menos domésticos. O bilhete escrito pelo ator, distribuído aos espectadores ao fim do espetáculo, demonstra o modo como Orciollo gostaria que essas cartas masculinas fossem lidas pelo público: “... a peça foi feita com muito carinho e dedicação. O teatro é minha vida e hoje você fez parte dela...”.

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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Prêmio Shell


Finalistas do 2º Semestre da Temporada 2012

Foram selecionados os finalistas do segundo semestre da 25ª edição do Prêmio Shell
Esta Criança obteve cinco indicações
Autor: Maurício Arruda e Paulo Moraes (Marca da Água)
           Pedro Kosovski (Cara de Cavalo)

Diretor: Marcio Abreu (Esta Criança)
             Felipe Hirsch (O Livro de Itens do Paciente Estevão)

Ator: Leonardo Medeiros (O Livro de Itens do Paciente Estevão)
         Bruce Gomlevsky (O Homem Travesseiro)

Atriz: Renata Sorrah (Esta Criança)
         Patrícia Selonk (Marca da Água)
         Simone Spoladore (Depois da Queda)

Cenografia: Fernando Marés (Esta Criança)
                   Paulo Moraes (Marca da Água)

Figurino: Kika Lopes ( Gonzagão – A Lenda)
                   Teca Fichinski (Valsa Nº 6)

Iluminação: Nadja Naira (Esta Criança)    
                   Luiz Paulo Nenen e Thiago Mantovani ( O Homem Travesseiro)

Música: Felipe Storino (Esta Criança)
              Alexandre Elias (Gonzagão – A Lenda)

Especial: Projeto Complexo Duplo Pela Política de Ocupação Artística do Teatro Glaucio Gil.

Homenagem: Walmor Chagas

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

47ª Semana da Temporada 2012


Crítica/ Sinfonia Sonho
Abstração sonorizada do jogo perverso da inocência
Quando o massacre da escola em Realengo mal completou um ano, a lembrança da violência é reavivada com a morte de crianças na sexta-feira, em Coneccticut. O assassinato coletivo, mais do que periódico assunto a ocupar espaço nos jornais, também é tema, ainda que secundário, de Sinfonia Sonho, em cartaz no Instituto do Ator. A composição textual desta montagem assinada por Diogo Liberano se estende para além da questão factual das mortes em escolas, recorrendo a influências filsóficas e referências a romances, compondo universo enevoado sobre jogos infantis. O menino que deseja ser música, abstração sonorizada de vivências que a representação teatral ensaia e as experiências que a convivência familiar propiciam, desfaz a imagem de inocência. A colagem do texto de Liberano se reflete com precisão na estrutura da cena, como uma leitura dramatizada de fragmentos que se descolam do linear para adquirir independência expressiva, reconstruindo-se como narrativa. Os atores dipostos diante da plateia, sentados em linha no fundo do palco, abrem espaço para a representação de um sonho teatral, que começa a ser desvelado pela leitura das rubricas pelo diretor. A ação se desprega dessa pose inicial e das indicações a seguir num sucessivo desdobrar, que alcança autonomia dramatúrgica. A construção dessa arquitetura cênica, que estabelece  relação umbilical entre texto e cena, se fraciona e dispersa como meio de dialogar numa intensidade em que a preparação corporal do elenco é de notável eficiência. Mesmo com a visível juventude interpretativa, os atores compõem um ensemble, integralmente mergulhado nesta interessante e generosa proposta de uma cena arejada e vigorosa.         

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

46ª Semana da Temporada 2012


Cartazes do Espaço Sesc

Crítica/ Enquanto Estamos Aqui
Ao encontro de dúvidas e confrontos
Seria um espetáculo de dança ou uma montagem teatral? Um exercício de interseção de linguagens ou um híbrido de tudo isso? Enquanto Estamos Aqui é, para além das possibilidades de conceituá-la, a demonstração da procura da individualização de um lugar. A bailarina, coreógrafa e preparadora corporal Marcia Rubin vai em busca de estabelecer pelas dúvidas e confrontos o encontro do movimento com a palavra, da expansão com o limite, da razão com a criação. Nesta performance, em que Pedro Kosovski, ao lado do diretor Marcio Abreu, assina a dramaturgia e que está em cartaz no Mezanino, integram-se tão impalpáveis contornos a áreas fluidas por onde se encaminham as indagações cênicas de Marcia Rubin. Numa mesa-palco, em torno da qual se senta o público e a atriz-bailarina é uma presença a mais na plateia, lança a palavra para descrever o que o movimento poderá criar adiante  como correspondência e pura expressão. Falar com o silêncio e movimentar-se com a imagem é a coreografia dramática que Marcia propõe para dar realidade física ao ponto de chegada, talvez o início de outras proposições, quando “o aqui acontece”, zona criadora de dúvidas e confrontos em estado de ebulição.  


Crítica/ Dizer E Não Pedir Segredo
Frontalidade para desconstruir preconceitos
O Coletivo Teatro Kuny, de São Paulo, traz à Sala Multiuso “pequeno inventário poético e histórico sobre o universo da homossexualidade no Brasil”, segundo a síntese do grupo. A definição é bastante fiel à montagem, que reúne acontecimentos sobre a  formação da identidade de gênero, a construção de preconceitos e as significações que palavras e atitudes adquirem quando camuflam seu real sentido. Sem constituir-se como libelo, muito menos como defesa demarcatória de posição, a montagem dirigida por Luiz Fernando Marques recorre ao bom humor para circunscrever, inventariando, diversas formas que compõem o quadro temático. A moldura, por sua vez, se reveste de divertida e respeitosa integração com a plateia, conduzida pelo clima de franqueza e até de ridículo com que o elenco se expõe, expondo o patético e o grotesco com que o tema, muitas vezes, é tratado social e emocionalmente. A área de representação delimitada por quadrilátero de cadeiras faz com que o público tenha proximidade com os atores, evidenciando o domínio do elenco sobre o material sobre o qual improvisaram as cenas. Luís Gustavo Jahjah, Paulo Arcuri e Ronaldo Serruya são os intérpretes que levam com humor e frontalidade questões que provocam o riso, sem afastar suas implicações.   

                                                          macksenr@gmail.com